Tendo nascido perto de uma cidade na Índia conhecida pelas suas muitas celebrações hindus, Durgawati e o sobrinho, Gulsan, procuravam paz de espírito nos rituais hindus e na adoração das inúmeras divindades. Contudo, apesar dessa devoção, os seus corações continuavam agitados.

“Como os nossos familiares estavam constantemente doentes, nunca estávamos em paz”, disse Gulsan. “…os nossos esforços ao tentar encontrar consolo nos deuses hindus foram um fracasso.”

Então, num dia, alguém chamada Vidhayawati, que também vivia na mesma aldeia, contou a Durgawati e Gulsan algo que lhes captou o interesse. Vidhayawati disse-lhes que Jesus Cristo a tinha curado completamente de uma doença crónica no estômago que a atormentava há anos.

“Ela partilhou a mensagem do Evangelho connosco”, disse Durgawati, “e nós começámos a encontrar-nos com ela e a ouvir a Palavra de Deus. Tornámo-nos crentes em Jesus”. No entanto, os três crentes — todos no início dos 20 anos — cedo se viram forçados a ter de tomar uma outra decisão que, devido à sua fé cristã, mudaria as suas vidas para sempre.

Vistos como uma ameaça

Durgawati e Gulsan passaram a frequentar com regularidade a igreja de Vidhayawati e no dia 2 de outubro de 2020 foram batizados num rio perto da aldeia. À medida que a sua fé se ia desenvolvendo, começaram eles próprios a partilhar o seu testemunho na aldeia.

Mas quando os aldeões se aperceberam das atividades evangelísticas dos cristãos, começaram a ficar preocupados. O conselho da aldeia reuniu-se em novembro de 2020 e ordenou aos crentes que parassem de ir à igreja e com as suas atividades evangelísticas. Caso não o fizessem, ameaçaram as autoridades, seriam banidos da aldeia.

Vidhayawati, Durgawati e   Gulsan enfrentaram corajosamente o conselho, recusando-se a deixar a adoração na igreja e dizendo que estavam preparados para as consequências. Frustrados, os membros do conselho terminaram a reunião.

Mais tarde, numa nova reunião, o conselho fez um ultimato aos pais dos jovens. Se os filhos não abandonassem a fé cristã, para além de perderem as terras e propriedades, seriam também eles banidos da aldeia.

Até àquele momento, os pais dos jovens não tinham tido qualquer problema com a fé cristã dos filhos, no entanto, as ameaças do conselho assustaram-nos e foi então que começaram a pressioná-los para pararem de frequentar a igreja. Desesperados para recuperarem a sua reputação junto dos membros do conselho da aldeia, chegaram mesmo ao ponto de agredir os filhos, trancá-los no quarto e deixá-los passar fome.

Uma confirmação da sua fé

Depois de passar vários dias trancada no quarto, Vidhayawati conseguiu escapar, e fugiu para a casa de um amigo cristão numa aldeia próxima. Duas semanas mais tarde, também Durgawati e Gulsan conseguiram fugir da sua aldeia.

Os três crentes foram morar com o seu pastor, que vivia a apenas alguns quilómetros de distância da sua aldeia. As notícias sobre a sua fé cristã espalharam-se rapidamente pela aldeia depois de terem fugido das suas famílias. Um jornal local até publicou uma história sobre eles. Embora a publicidade lhes tenha custado os empregos não se sentiram desencorajados.

“A perseguição reforçou a nossa fé”, disse Gulsan. “Tornámo-nos mais fortes na nossa oração e dedicamo-nos a aprender ainda mais sobre as Escrituras. Sentimos que Deus está sempre connosco.”

À medida que a sua fé se foi desenvolvendo, também conseguiram perdoar os pais e todas as pessoas que os perseguiram. Durgawati disse que, sempre que encontram alguém que os perseguiu no mercado local, lhes perguntam como vão as suas famílias. “Com a leitura das Escrituras, aprendemos que devemos orar pelas pessoas que nos perseguem e perdoá-las”, disse Durgawati. “Não sentimos qualquer raiva por eles.”

Os Obreiros na Linha da Frente ajudaram os jovens cristãos com comida, roupa e ferramentas para que se pudessem sustentar sozinhos. Gratos por toda a ajuda, Durgawati e Gulsan disseram ter compreendido que a perseguição é algo natural na vida de quem segue a fé em Cristo.

“Quando começámos a ler as Escrituras, especialmente a partir do Evangelho de Mateus, capítulo 5”, disse Durgawati, “percebemos que seríamos perseguidos pela nossa fé em Jesus. Por isso, a perseguição só confirma a nossa fé e confiança em Jesus Cristo.”

Gulsan também confirma que a perseguição o ajuda a ser mais forte. “Agora vemos a perseguição como um sinal de que estamos a ir na direção certa”, disse ele.

blank
Quando Durgawati (no meio) e Gulsan (à esquerda) se converteram, os pais começaram a agredi-los. E quando a amiga (foto do telemóvel) morreu de cancro, eles continuaram o seu ministério.

 

Honrando uma amiga

Vidhayawati, que ajudou Durgawati e Gulsan a encontrarem Cristo, morreu em junho de 2021 depois de ter sido diagnosticada três meses antes com cancro. Desde a sua morte, Durgawati e Gulsan continuaram a desenvolver a sua fé e a proclamar o Evangelho aos vizinhos. Ambos afirmam que é impossível pensarem em parar com o trabalho de ministério que iniciaram com Vidhayawati ou em rejeitar Cristo, mesmo que a sua fé lhes custe as suas vidas.

“Para nós, estar com Cristo é a maior das bênçãos”, disse Gulsan. “A presença de Cristo é a maior das bênçãos. As coisas materiais vêm e vão, mas a paz de Cristo fica para sempre connosco.”

Cada vez que um aldeão fica doente ou com algum problema pessoal difícil de gerir, Durgawati e Gulsan veem uma oportunidade para partilharem o Evangelho com essa pessoa. Também costumam partilhar a sua própria história, descrevendo como a fé em Cristo lhes trouxe paz e mudou as suas vidas. E fazem-no em plena consciência de que isso lhes trará ainda mais intimidação e perseguição.

“Temos a certeza de que teremos de enfrentar mais perseguição no futuro, mas também sabemos que todos aqueles que querem viver a fé em Jesus Cristo serão perseguidos”, disse Durgawati, citando 2 Timóteo 3:12. “É por isso que continuamos a ler as Escrituras, porque sabemos que, quando o momento da oposição e da rejeição chegar, as Escrituras vão dar-nos força.”

Desde que saíram de casa, Durgawati e Gulsan nunca mais falaram com os familiares. No entanto, continuam a orar para que também eles fiquem a conhecer a paz de Cristo, um tipo de paz que nenhuma divindade hindu pode proporcionar.

“Esperamos que um dia a nossa família mude”, disse Durgawati, “e que possamos partilhar o Evangelho com mais aldeões. Temos esperança de que um dia possamos organizar um encontro religioso em casa, com os nossos familiares e conhecidos da aldeia, onde iremos cantar juntos um hino de louvor.”

Gulsan aconselha outros jovens crentes que estejam a passar por problemas por causa da sua fé, especialmente se forem problemas com os familiares, que mantenham a fé em Cristo. “Apesar de toda a perseguição que vocês possam estar a passar, a alegria em Cristo é imensa”, disse eles, “por isso, nunca desistam da vossa fé em Jesus.”

Categorias:

Receba mais histórias como “Estar com Cristo é a maior das bênçãos!” com uma assinatura da revista premiada do VDM

Reivindique o seu Exemplar gratuito