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Saima Bibi, uma cristã de vinte e quatro anos, mãe de dois filhos, trabalhava no mês passado com o marido, Shahzad Masih, na quinta de dois senhorios muçulmanos no distrito de Faisalabad, no Paquistão. Os parentes vieram visitá-los em 12 de abril, terceiro dia do festival muçulmano do Eid Al-Fitr. Saima estava fazendo chá para seus convidados quando um dos proprietários, Mustafa chegou e os repreendeu por não cortar forragem para o gado.

“Levantei-me imediatamente e comecei a cortar a forragem no cortador elétrico, mas assim que a minha mulher saiu para me dar chá, [o senhorio] começou a insultá-la e disse-lhe para ir trabalhar”, disse Masih a fontes. “Quando Saima disse que começaria a trabalhar em 10 minutos, o senhorio puxou-a do cabelo e empurrou-a em direção ao cortador de palha, fazendo-a cair e bater com a cabeça na máquina de correr.” Além de arrancar a orelha e cortar a maior parte do couro cabeludo, o cortador de palha também machucou o olho direito, disse ele. “O sangue começou a jorrar da cabeça de Saima, e ela gritou e chorou de dor”, disse Masih. “Ao vê-la deitar tanto sangue, o proprietário fugiu do local.”

Os seus gritos levaram um grande número de moradores ao local, incluindo o outro proprietário de terras muçulmano que a levou ao hospital em seu carro. “[O senhorio] ameaçou-me com consequências ainda mais graves se não disséssemos que o incidente foi resultado de um acidente”, disse. “Saima estava com muita dor e, naturalmente, minha prioridade era tratá-la imediatamente. Os médicos prestaram-lhe os primeiros socorros e encaminharam-na para a enfermaria de cirurgia plástica, onde ainda está em tratamento.”

Em 24 de abril, Masih tentou apresentar um processo contra o senhorio, mas “[a polícia] mostrou relutância em apresentar um caso contra [o nosso senhorio] devido à sua influência. Em vez disso, pressionaram-me a retirar o pedido e a resolver a questão diretamente com o arguido. Já faz quase um mês que estamos tentando registrar um Primeiro Relatório de Informação [FIR].” Masih continuou: “Estávamos ocupados com o tratamento de Saima, e é por isso que não pude apresentar uma queixa mais cedo.”

O advogado Akmal Bhatti, presidente da Aliança das Minorias do Paquistão, disse que a família lesada entrou em contato com ele para obter justiça. “A inação e o preconceito da polícia contra o status de minoria da vítima exemplificam desafios sistêmicos e práticas discriminatórias predominantes no policiamento rural”, disse ele a fontes. Bhatti disse que entrou com uma petição no tribunal de Faisalabad pedindo que ele orientasse a polícia a registar um caso contra Mustafa e iniciar uma ação legal contra ele.

Bhatti disse que os muçulmanos também dificultaram o exame médico-legal de Saima Bibi, resultando em um atraso excessivo. “O exame médico finalmente foi feito, e agora estamos a aguardar que a polícia registre um FIR e prenda o acusado”, disse. “Os autores tentaram mostrar este incidente como um acidente e usaram todos os seus poderes políticos e financeiros para não deixar que a certidão médico-legal fosse emitida, o que é essencial para a prossecução do caso.”

Fonte: Morning Star News