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Um cristão idoso tem lutado pela sua vida no hospital depois de uma multidão muçulmana ter tentado matá-lo devido a um vizinho acusá-lo falsamente de queimar páginas do Corão, disse a sua família.

Fontes relatam que os muçulmanos da área tinham ciúmes do sucesso da fábrica de sapatos de Nazeer Gill e seu filho Sultan Gill, pressionando-os a desistir de seus negócios. De acordo com fontes, os muçulmanos procuravam uma oportunidade para atacar a família de Nazeer Gill.

No sábado, 25 de maio, Nazeer Gill queimou alguns papéis usados e entrou em sua casa na província de Punjab quando alguém jogou uma cópia do Corão no fogo, queimando o livro sagrado muçulmano, disse seu sobrinho, Irfan Gill.

“Soubemos do incidente por volta das 8h, quando foram feitos anúncios de alto-falantes da mesquita pedindo que as pessoas se reunissem no local”, relatou. “Em poucos minutos, uma multidão se reuniu do lado de fora da casa do meu tio e invadiu o interior.”

Nazeer Gill, de setenta e quatro anos, foi forçado a sair para a rua, onde foi espancado com tijolos, pedras e paus. Os manifestantes saquearam a casa e incendiaram a fábrica de sapatos.

“A polícia não conseguiu impedir a multidão de torturar meu tio e danificar a propriedade, mas salvou a vida do meu primo e da sua família ao afastá-los da área”, disse ele.

Nazeer Gill foi colocado num ventilador num hospital, onde o seu estado era considerado crítico. De momento, não são permitidas visitas.

A maioria dos moradores cristãos fugiu das suas casas quando viu as multidões reunidas a levantar slogans associados a um partido político islâmico extremista. Alguns buscaram refúgio nas igrejas próximas, enquanto outros saíram depois de trancar as suas casas, temendo pela segurança das suas famílias.

Vários policiais ficaram feridos ao dispersar a multidão. O Inspetor-Geral da Polícia do Punjab, Dr. Usman Anwar, e o Secretário do Interior do Punjab, Noorul Amin Mengal, também chegaram à área no final do dia para investigar.

O secretário do Interior do Punjab, Mengal, disse que a violência contra qualquer pessoa sob pretextos religiosos não será tolerada. Acrescentou que serão tomadas medidas contra os suspeitos acusados na sequência de uma investigação.

Ao mesmo tempo, a polícia registou um caso contra Nazeer Gill ao abrigo das secções 295-A e 295-B das leis contra a blasfémia e da secção 9 da Lei Antiterrorismo (ATA) para aplacar muçulmanos furiosos. O artigo 295.º-A prevê pena de prisão até 10 anos para atos deliberados e dolosos destinados a ultrajar sentimentos religiosos; O artigo 295.º-B prevê a prisão perpétua para qualquer pessoa acusada de profanar deliberadamente o Corão; O artigo 9.º da ATA prevê penas até cinco anos de prisão por instigação ao ódio sectário.

O presidente do Conselho Nacional das Igrejas no Paquistão (NCCP), bispo Azad Marshall, disse em um comunicado à imprensa que o incidente angustiante lembrava o ataque aos cristãos em Jaranwala em agosto do ano passado. O líder sênior da igreja pediu uma investigação abrangente e imparcial de acordo com as diretrizes da Suprema Corte.

O presidente da Aliança das Minorias do Paquistão, Akmal Bhatti, disse que a violência da multidão em Sargodha não teria acontecido se o governo tivesse lidado severamente com os autores dos ataques de Jaranwala.

Acrescentou que, se o governo leva a sério a proteção das minorias religiosas, então deve primeiro garantir que as leis relativas à blasfémia não sejam utilizadas de forma abusiva e que aqueles que incitam à violência se tornem um exemplo para os outros.

Fonte: Morning Star News