Mali

Tendo sido em tempos um centro cultural islâmico, o Mali é um país pobre, mas que está a crescer, e continua quase inteiramente muçulmano. Apesar de os missionários terem chegado ao país no início da década de 20 e terem trabalhado na maior parte das regiões do país, atualmente há menos de 1% de malaios cristãos. Pequenas congregações de crentes continuam a prestar culto em vilas conhecidas por serem centros de atividade jihadista. Desde 2016, foram raptados vários missionários no Mali ou raptados em países vizinhos e trazidos para o Mali. A maioria destas pessoas continua em cativeiro. Em 2017, as ameaças de grupos jihadistas levaram algumas organizações missionárias a retirar equipas do país.

Mauritânia

A Mauritânia está entre os países mais pobres do mundo e também tem um significativo problema de corrupção. Localizado no Magrebe, na costa ocidental de África, é um país islamista com três povos distintos: Fulani, White Moor e Black Moor.

A escravatura ainda existe dentro dos povos tribais, com os cristãos negros normalmente a servirem os árabes. Existem igrejas na Mauritânia, mas são relativamente novas e precisam de receber formação e de desenvolver a capacidade de liderança. Em 2009, um missionário americano foi martirizado e, consequentemente, muitas das organizações missionárias retiraram os seus trabalhadores do país. Contudo, alguns dos obreiros cristãos começam a regressar. A Mauritânia é terminantemente islâmica há mais de 1000 anos e as necessidades de formação entre os líderes indígenas, assim como a falta de segurança quer para os cristãos nativos quer para os missionários estrangeiros continuam a ser obstáculos para a evangelização dos muçulmanos.

Marrocos

Marrocos é governado por um monarca que supostamente é descendente direto do profeta Maomé e pretende governar o país dentro dos princípios islâmicos. Embora este país do norte de África tenha vivido 1400 anos de opressão islâmica, os nativos de Marrocos, os berberes, não eram muçulmanos. O islão foi trazido para o país pelas invasões árabes no século VIII.  Atualmente, a população cristã corresponde a menos de 1%. O crescimento do cristianismo tem sido lento, tendo ocorrido um grande revés em 2010, quando centenas de missionários foram obrigados a deixar o país. Com o crescimento da tecnologia digital e dos meios de comunicação social, há mais marroquinos a voltar-se para a fé.

Nigéria

A Nigéria está vincadamente dividida por uma linha religiosa entre um Norte de domínio muçulmano e um Sul de maioria cristã. Existem mais de 80 milhões de cristãos assumidos no país mais populoso de África, fruto quer do pioneiro trabalho missionário quer do regresso dos escravos libertos, que levaram o Evangelho da Europa para o continente africano após a abolição da escravatura em Inglaterra, em 1833. A atividade missionária estrangeira no Norte, maioritariamente muçulmano, diminuiu significativamente nos últimos 10 anos em resultado do aparecimento do grupo islâmico Boko Haram. Sediado no Norte, o Boko Haram está afiliado na Al-Qaeda e também apoiou o autoproclamado Estado Islâmico (ISIS).

Embora o Boko Haram pareça ter perdido força no Nordeste, acredita-se estar na base dos aumentos dos ataques a aldeias cristãs realizados pelo grupo militante de pastores Fulani, uma tribo conhecida pela sua fidelidade ao islão mais estrito. Há muitos anos que atacam aldeias cristãs e nos últimos dois anos cometeram mais atos de violência extrema contra cristãos do que qualquer outro grupo do mundo. Os muçulmanos do Norte querem criar um país diferente, governando pela xaria, a lei islâmica, e os estados que estão no meio são estratégicos para esta batalha, tais como Kaduna, Plateau, Benue e Abuja. Os grupos terroristas querem retirar os cristãos destes estados mistos para continuarem com a sua pressão para a criação de um país islamista.

Uganda

O Uganda tem a reputação de ser um dos países mais cristianizados de África. Muitas igrejas ou organizações escolhem este país como destino de viagens de curto-prazo e projetos missionários pela facilidade no acesso e pelo ambiente acolhedor. Continua a ser uma nação fortemente cristã e com grande presença nas igrejas. No entanto, a história única do Uganda torna o país particularmente vulnerável à influência do islão. Durante os anos 70, o Uganda foi governado por um ditador chamado Idi Amin. A certa altura, Amin visitou o colega ditador Muammar Gaddafi, na Líbia, e este inspirou-o a tornar Uganda um membro da Organização de Países Islâmicos e a começar a islamizar o país. Muitas das políticas que Amin instituiu continuam a influenciar a sociedade e o governo atuais.

Recentemente, o parlamento do Uganda aprovou a atividade bancária Xaria, que promove os empréstimos com zero juros a projetos islâmicos. Os países árabes também continuam a investir uma grande quantidade de recursos para favorecer os interesses muçulmanos no país. Consequentemente, a influência do islão radical cresceu mais de 7% nos últimos três anos e muitos cristãos que vivem nas regiões fronteiriças de maioria muçulmana estão a sofrer duras perseguições, especialmente aqueles que se converteram do islão. Apesar de tudo isto, as igrejas evangélicas no Uganda estão a tentar divulgar o que se está a passar para que possa haver uma sublevação contra a ameaça do islão. Muitas igrejas estão a ensinar os seus líderes como evangelizar muçulmanos e como cuidar daqueles que se convertem ao cristianismo. Os membros destas igrejas das regiões de maioria muçulmana tornaram-se inclusivamente cuidadores a tempo inteiro de crentes perseguidos.

Somália

A maior parte dos somalis acredita que ser somali é ser muçulmano, portanto, aqueles que se convertem a Cristo são vistos como estando a renegar não apenas a sua religião, mas também a sua nacionalidade. Após anos de seca e de guerra civil, há mais somalis a viver no estrangeiro do que na Somália.  Os somalis acreditam que qualquer lugar onde esteja um grupo de somalis é a Somália e é governado pela lei somali. Assim, qualquer cristão missionário ou convertido numa comunidade somali em qualquer lugar do mundo enfrenta uma dura perseguição independentemente das leis desse país. No entanto, a dispersão do povo somali também criou oportunidades únicas para que o Evangelho pudesse propagar entre eles, sobretudo através das redes sociais. Atualmente é mais fácil evangelizá-los e existem agora mais crentes somalis do que alguma vez existiu. Muitos destes cristãos somalis partilham apaixonadamente a sua fé com o seu povo.

Argélia

Os berberes da Argélia foram os primeiros habitantes do país. Atualmente, vivem sobretudo a norte, na região montanhosa argelina chamada Kabylie, enquanto os árabes ocupam o resto do país. A fé cristã tem uma longa história no Norte de África, nomeadamente entre as etnias berberes. Acredita-se que Santo Agostinho, padre da igreja primitiva, era um berbere argelino. Contudo, depois das invasões dos muçulmanos árabes, grande parte do culto e do testemunho cristão público da Argélia desapareceu. Atualmente, muitos dos berberes da Argélia estão a redescobrir a sua herança cristã. A igreja tem crescido rapidamente e a Argélia alberga uma das maiores congregações compostas exclusivamente por cristãos convertidos do islão. Os cristãos argelinos estão corajosamente a aproximar-se dos seus compatriotas muçulmanos, o que está a aumentar a perseguição. A situação política também é incerta dado que o presidente foi recentemente destituído e várias personalidades importantes foram detidas por corrupção.

Sudão

Quando a maioria cristã do Sudão do Sul conquistou a independência do Sudão em 2011, os cristãos que viviam no Norte viram-se uma significativa minoria num país que tencionava islamizar a nação e implementar a xaria.

Contudo, nas décadas que antecederam a independência do Sudão do Sul, o governo do Sudão atacou as zonas de conflito ao longo da fronteira com o Sul, com o objetivo de exterminar os cristãos dessas zonas. A perseguição aos cristãos no Sudão apenas continuou. O governo islâmico, liderado pelo presidente Omar al-Bashir, expulsou missionários cristãos em 2012 e aumentou a perseguição aos cristãos, nomeadamente demolindo templos em Cartum e bombardeando escolas, igrejas e hospitais na região dos Montes Nuba. Embora muitos dos líderes cristãos tivessem sido obrigados a fugir do país, continuam a encontrar formas criativas de propagar o Evangelho no Sudão. No dia 12 de abril de 2019, em resposta a uma insurreição contra o regime islamista, um conselho militar controlado pelo poder islamista derrubou o presidente al-Bashir do poder.

Burquina Faso

Burquina Faso tem assistido a um forte aumento da atividade islamista desde 2016. Militantes ligados ao Estado Islâmico (ISIS) e à Al-Qaeda, que tinham estado em grande parte contidos nas vizinhas Mali e Níger, cruzaram fronteiras porosas no Norte para alargar a sua influência na região do Sahel, a região semi-árida de África que separa o deserto do Saara a norte e as savanas tropicais a sul. Os cristãos têm sido um alvo principal da campanha islamista desde Abril de 2019, quando cerca de 70 cristãos foram mortos e cinco igrejas foram atacadas. Mais de 200 igrejas terão fechado no norte e leste do Burquina Faso devido a questões de segurança e ameaça de ataque. Cerca de 10.000 cristãos fugiram das suas casas devido à violência e ameaças dirigidas. Quase 800.000 pessoas no total foram deslocadas pelo conflito, o que contribuiu para uma economia já tensa num contexto de incerteza política.