Localizada no Mar Vermelho, a Eritreia é governada por um regime totalitário que procura controlar todos os aspetos da vida das pessoas.
Há quem compare a Eritreia com um “reino hermita” da Coreia do Norte, pois é um dos países mais reservados e isolados do mundo. Em 2002, proibiu todas as religiões à exceção do islão, o cristianismo ortodoxo, o catolicismo romano e a igreja luterana. Todos os restantes grupos religiosos são ilegais e o governo faz um controlo rigoroso das igrejas aprovadas, nomeadamente da sua mensagem. Os anos de comunismo, o serviço militar obrigatório e a depressão económica levaram muitos eritreus, incluindo crentes evangelistas, a fugir do país.
Apesar destas dificuldades, a igreja clandestina na Eritreia continua a crescer devido à fé dos líderes da igreja, quer dentro quer fora do país. Em acordo de paz assinado em 2018 entre a Eritreia e a Etiópia pôs termo a um estado de guerra de duas décadas, mas os benefícios são unilaterais. Enquanto os etíopes viajam livremente entre os dois países, para os eritreus as viagens são restringidas pelo governo. A situação para os crentes eritreus não se alterou e poucos foram os prisioneiros cristãos libertados.
As igrejas paquistanesas têm crentes com raízes religiosas muito diversas, quer de denominações evangélicas quer tradicionais. Todos os cristãos paquistaneses enfrentam dificuldades, discriminação e perseguição devido à sua identidade cristã. Alguns evangélicos correm grandes riscos ao testemunharem junto de muçulmanos, batizarem convertidos e reunirem-se em igrejas, e existem muitos cristãos que estão a trabalhar de forma incansável para equipar, encorajar e educar jovens cristãos. Alguns cristãos são corajosos evangelizadores e distribuidores da Palavra de Deus em bairros e cidades muçulmanas, alguns dos quais albergam grupos extremistas como os Talibã. Muitos cristãos pertencem a castas inferiores da sociedade e são obrigados a trabalhar longas horas, focados em sustentar a família, o que dificulta o estudo bíblico e outras atividades cristãs.
A Revolução Islâmica de 1979, conduzida por Ayatollah Khomeini, afetou o Irão mais do que qualquer outro acontecimento da história moderna. Deu origem ao único país do mundo governado por uma teocracia islâmica, já com 40 anos. Atualmente, aqueles que dedicaram as suas vidas ao regime islâmico estão desesperados. Esta desilusão abriu novas portas ao Evangelho, que está a varrer o país através da TV por satélite e da internet, e a aumentar os movimentos de igrejas domésticas. Contudo, o governo continua a tentar contrariar este avanço de Deus. Os líderes e pastores cristãos são muitas vezes presos e as suas famílias perseguidas, e a alguns resta-lhes apenas fugir do país. A falta de acesso a Bíblias e a recursos didáticos deixou as igrejas domésticas suscetíveis a falsos ensinamentos. Os cristãos de dentro e de fora do país estão a trabalhar para fortalecer e equipar a igreja.
O Qatar é um país extremamente próspero. Contudo, em 2017 a maior parte dos países árabes cessaram relações com o Qatar, acusando-o de apoiar grupos terroristas. Os poucos crentes que vivem no país têm de prestar culto em absoluto segredo, enquanto os cristãos que não são cidadãos do Qatar têm de fazer as suas adorações num recinto controlado pelo governo conhecido como “Cidade Religiosa”. Os cidadãos do Qatar não têm autorização para visitar a Cidade Religiosa. Cerca de 65% da população do país é composta por trabalhadores estrangeiros e aproximadamente 6% dos trabalhadores são cristãos, na sua maioria filipinos, indianos e libaneses. Nos últimos anos, alguns cristãos expatriados foram deportados por atividades evangelistas entre os habitantes nativos do Qatar.
As etnias xiitas, sunitas e curdas que compõem a maioria da sociedade atual do Iraque estão em conflito entre si há séculos. Recentemente, sobretudo pelas mãos do autoproclamado Estado Islâmico (ISIS), dezenas de milhares de cristãos foram obrigados a fugir do país, ficando apenas alguns deles, embora corajosos e fiéis. Para muitos destes cristãos iraquianos, grande parte do seu dia-a-dia está focado na sobrevivência e nas decisões sobre o futuro. Depois da invasão do ISIS em 2014, cristãos de toda a região e de todo o mundo visitam o Iraque para levar auxílio e encorajar aqueles que ficaram. Muitos deles rejeitaram o islão e abriram-se a Cristo por variadas razões, entre as quais a corrupção e a violência quer de sunitas (ISIS) quer de xiitas (o novo governo do Iraque, apoiado pelo Irão). Estas circunstâncias proporcionam uma oportunidade única para partilhar o Evangelho com os iraquianos em busca de esperança, verdade e justiça. A violência do ISIS também originou uma revitalização, já que muitos cristãos tradicionais começaram a proteger a sua fé e tornaram-se corajosos testemunhos de Cristo.