Segundo os líderes cristãos do país, o governo do Nepal está a tomar uma posição mais forte contra a conversão religiosa. Embora a constituição de 2015 garanta a liberdade religiosa, em 2017 o parlamento aprovou uma proposta de lei que criminaliza a conversão ao cristianismo. Em 2018, o primeiro ministro e os funcionários do governo disseram publicamente que quem mudasse de religião seria expulso do país. E ainda, quaisquer organizações de caridade que se dedicassem à evangelização seriam encerradas. As comunidades cristãs são pequenas, mas sinceras.
Continente: Ásia
China
A igreja na China apresentou um crescimento explosivo durante, pelo menos, os últimos 30 anos. Vivem, no país, cerca de 100 milhões de cristãos, mas apenas 30 milhões estão afiliados no Movimento Patriótico das Três Autonomias autorizado pelo governo. Os restantes 70 milhões prestam culto em igrejas domésticas não autorizadas. Apesar da pressão contínua e da opressão do governo comunista, os líderes das igrejas domésticas recusam-se a comprometer o Evangelho e a juntarem-se às igrejas aprovadas pelo governo. Cerca de 60% dos crentes chineses vivem em áreas rurais. Poucos líderes de igrejas domésticas têm uma verdadeira formação teológica ou acesso a material para o estudo da Bíblia.
Coreia do Norte
Devido ao secretismo do governo comunista, pouco se sabe sobre a atual situação dos cristãos na Coreia do Norte. Pyongyang, a capital, era conhecida como a «Jerusalém do Oriente» no início do Séc. XX, devido às suas mais de 2000 igrejas. O governo comunista confia na Juche (a religião da Coreia do Norte que exige o culto e a subserviência à família Kim) para manter a estabilidade, e o cristianismo é considerado subversivo. As pessoas que forem descobertas como sendo cristãs (ou, em muitos casos, como tendo tido contacto com ideias cristãs) são consideradas inimigas do estado. O Evangelho continua a ser proclamado na Coreia do Norte através de vários meios criativos, nomeadamente estações de rádio de onda curta, e de evangelistas corajosos que arriscam a vida para introduzir clandestinamente no país material cristão.
Índia
Sob a governação do primeiro-ministro Narendra Modi, a organização nacionalista hindu Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS) viu um aumento de 20% no seu número de membros e uma base encorajadora com o objetivo de fortalecer a identidade hindu na Índia entre a sua enorme diversidade de línguas, culturas e religiões. Embora o primeiro-ministro Modi tenha dito publicamente que o seu governo não tolerará discriminação religiosa, os seus atos provam o contrário. Políticas vagas como as leis anti-conversão (que impedem a conversão de hindus a outras religiões) foram aprovadas em vários estados da Índia e a pressão para a aprovação de uma lei federal similar está a ganhar apoio. As leis anti-conversão há muito que são usadas contra pastores, promotores de novas igrejas e evangelistas. Inversamente, as cerimónias de reconversão conhecidas como Ghar Wapsi ou “regresso a casa” para o retorno dos indianos ao hinduísmo tornaram-se cada vez mais comuns. Apesar das crescentes restrições do governo ao cristianismo, a igreja está a crescer. O maior crescimento dá-se entre pessoas de origem hindu, que têm uma profunda necessidade espiritual.
Omã
Omã foi governado por um sultão que concedeu um certo grau de liberdade religiosa durante o seu reino, financiando até a construção de quatro igrejas católicas e protestantes, assim como vários templos hindus. A sociedade omani é progressista e aberta, quando comparada com a dos seus vizinhos. No entanto, existem muito poucos cristãos no país e têm de se encontrar em casas particulares e manter a fé em segredo porque é ilegal abandonar o islão.
Indonésia
A Indonésia é o país muçulmano mais populoso do mundo, representando 13% da população muçulmana mundial. Existem cinco categorias confessionais oficialmente reconhecidas na Indonésia: islão, hinduísmo, cristianismo católico, o cristianismo protestante e o budismo. O confucionismo/daoismo também é reconhecido. Embora os muçulmanos indonésios pratiquem uma versão animística conhecida como islão “popular”, os apoiantes da ideologia islâmica radical fomentaram e exerceram violência contra os cristãos. Esta estratégia levou muitos muçulmanos a questionarem a sua fé e a estarem mais recetivos ao Evangelho. Os evangelistas mais audaciosos estão a aproveitar esta oportunidade para partilhar o Evangelho, conduzindo muitos muçulmanos à fé em Cristo.
Paquistão
As igrejas paquistanesas têm crentes com raízes religiosas muito diversas, quer de denominações evangélicas quer tradicionais. Todos os cristãos paquistaneses enfrentam dificuldades, discriminação e perseguição devido à sua identidade cristã. Alguns evangélicos correm grandes riscos ao testemunharem junto de muçulmanos, batizarem convertidos e reunirem-se em igrejas, e existem muitos cristãos que estão a trabalhar de forma incansável para equipar, encorajar e educar jovens cristãos. Alguns cristãos são corajosos evangelizadores e distribuidores da Palavra de Deus em bairros e cidades muçulmanas, alguns dos quais albergam grupos extremistas como os Talibã. Muitos cristãos pertencem a castas inferiores da sociedade e são obrigados a trabalhar longas horas, focados em sustentar a família, o que dificulta o estudo bíblico e outras atividades cristãs.
Irão
A Revolução Islâmica de 1979, conduzida por Ayatollah Khomeini, afetou o Irão mais do que qualquer outro acontecimento da história moderna. Deu origem ao único país do mundo governado por uma teocracia islâmica, já com 40 anos. Atualmente, aqueles que dedicaram as suas vidas ao regime islâmico estão desesperados. Esta desilusão abriu novas portas ao Evangelho, que está a varrer o país através da TV por satélite e da internet, e a aumentar os movimentos de igrejas domésticas. Contudo, o governo continua a tentar contrariar este avanço de Deus. Os líderes e pastores cristãos são muitas vezes presos e as suas famílias perseguidas, e a alguns resta-lhes apenas fugir do país. A falta de acesso a Bíblias e a recursos didáticos deixou as igrejas domésticas suscetíveis a falsos ensinamentos. Os cristãos de dentro e de fora do país estão a trabalhar para fortalecer e equipar a igreja.
Filipinas (Mindanau)
Na região sul da ilha de Mindanau de maioria muçulmana, onde a VDM trabalha, os grupos muçulmanos e o governo envolveram-se num conflito de longa data por causa do desejo dos muçulmanos de formar um estado muçulmano independente. Recentemente, grupos muçulmanos, tais como Abu Sayyaf e Maute, garantiram aliança ao autoproclamado Estado Islâmico (ISIS) para conseguirem ajuda financeira e combatentes estrangeiros. Os extremistas muçulmanos ameaçam regularmente os cristãos, retirando-os muitas vezes das zonas de maioria muçulmana, e muitos pastores e crentes foram até assassinados. No entanto, um número significativo de crentes permanece nestas áreas e partilha a sua fé.